Exercícios para estudar qualquer obra
Que exercícios posso fazer para ganhar mais habilidades com os dedos?
Qual método usar?
Existem inúmeros livros e métodos para exercitar os dedos, qual escolher?
Como estudar?
Todos eles são muito bons porque os autores criam exercícios específicos para o aprimoramento das mãos.
A resposta está na sua criatividade em criar exercícios na própria obra que esteja estudando.
Os estudos de Carl Czerny são um prato cheio para desenvolver habilidades técnicas.
Para criar exercícios, você precisa conhecer esta regrinha:
estudo em grupos
Vamos aplicar no estudo nº 1 de Czerny (arquivo pdf)
Que tal trabalhar as duas mãos?
O nº 2 faz o mesmo com a mão esquerda
Usando as células ‘A’ e ‘B’ do estudo em grupo
A regra do estudo em grupo, é parar na primeira nota do grupo seguinte (na sua cabeça, imagine uma semínima)
para fixação do dedo e a pausa é para se concentrar na repetição do grupo que deve ser feita no mínimo 3 ou 4 vezes.
É fundamental que você faça uma pausa para o retornelo
pois em obras que usam escalas ou progressões com dedilhados mais complexos
e a parada na pausa da semínima é para a fixação, concentração em qual dedo parou.
Para controlar a velocidade você deve usar o Metrônomo
inicialmente em 60 para a semínima para começar a acelerar,
isto é, aumentando de 2 em 2 pontos: 60, 62, 64 etc…
Ao aumentar gradativamente, seu cérebro não perceberá a mudança de velocidade.
Como estudar o nº 3
Na célula ‘A’, você pode treinar as duas mãos pois o exercício 4 é para a mão esquerda.
Assim você trabalha os dedos saltando os intervalos (5a, 4a, 3a e 2as).
Olhando para a célula ‘B’ no exercício, existe uma mudança de movimento.
O salto de 4a ascendente caminha para um de 3a descendente.
Essa pequena mudança já é o suficiente para o dedo estranhar.
Crie então um exercício só para a mão direita baseado na mudança de movimento (modelo ‘B’).
Na célula ‘C’ do exercício o movimento do polegar é o problema.
Ele sai da tecla Mi e vai para a tecla Sol. Repita várias vezes a célula ‘C’.
Na célula ‘D’ do exercício você tem que mudar a tecla Ré para o dedo 4 e o Dó com o dedo 3.
Isso já é um “pepino”. Repita a célula ‘D’ várias vezes.
E finalmente a mudança para o polegar na célula ‘E’ do exercício
também gera dificuldade, então repita a célula ‘E’ várias vezes.
Tente aplicar agora o estudo em grupo ‘A’, ‘B’ e ‘D’ com metrônomo em 60.
Os problemas do nº 4
Como no nº 3, na célula ‘A’, você tem que ser bam-bam-bam nas mudanças de intervalo.
Na célula ‘B’ é “chato” passar o 4º dedo sobre o 5º – malhe essa passagem.
Na célula ‘C’, para iniciantes é difícil saltar o 5º dedo para a tecla Sol.
Na célula ‘D’ é a sequência de dedos que todos reclamam.
Na célula E é a soma de ‘B’, ‘C’ e ‘D’.
Trabalhou a esquerda?
Agora aplique o estudo em grupos ‘A’, ‘B’ e ‘D’ com metrônomo.
Aplicando o estudo em grupo no exercício nº 5
Aplicando o estudo em grupo forma ‘A’. Faça depois a forma ‘B’ e depois ‘D’ sempre com metrônomo.
Reprise trechos que você acha mais difíceis.
Exemplo da célula ‘F’ e ‘G’.
Pegue ‘F’, ‘G’ e pare no ‘H’, depois parando em ‘I’.
Depois o compasso de ‘E’ a ‘I’.
Não esqueça que acordes precisam ser treinados
por causa das mudanças de dedo que é o caso da mão esquerda.
Estude-a separadamente.
Tortura rítmica o nº 7?
O mesmo ritmo escrito com semicolcheias.
A escrita em fusas sugere algo que não é só pela velocidade,
mas também pela leveza sugerida por Czerny (leggermente)
Quando vemos fusas dançando na partitura ficamos arrepiados…
Claro que se você pensar no pulso da semínima (que é muito comum) você realmente ficará espantado(a).
Como o músico trabalha muito a imaginação, imagine as fusas transpostas em semicolcheias (ex. abaixo).
Como regra, quando for ler peças com rítmica variada,
pense na de menor valor como pulso e à medida que a mão esteja preparada, mude o pulso para uma figura maior.
No exemplo abaixo, o exercício volta a trabalhar os intervalos
com acompanhamento em acordes (‘A’ do exercício em grupo).
Se você trabalhou os dedos nos exercícios anteriores, verá que tens mais controle sobre os dedos.
Em ‘B’ você tem que saber fazer escala.
Trabalhe em grupo, primeiro a forma ‘A’ e depois ‘B’ e depois reprise o compasso.
A mudança da escrita em semicolcheias é para você ver como a leitura rítmica é relativa.
Técnica para o nº 13
Esse estudo é bem gracioso e gostoso de tocar.
‘A’ ‘B’ ‘C’ > estude a mudança de acordes. Reprise cada trecho várias vezes com mãos juntas.
Czerny está trabalhando as inversões de acordes.
Posição fundamental, 1ª inversão e 2ª inversão
Prepare a mão direita e seja bamba em fazer inversões.
Agora é a vez de estudar escala.
‘A’ > trabalhe o polegar indo e voltando e olhe para a mão e veja o movimento que o polegar deve fazer.
‘B’ > há uma mudança na tecla Ré para o polegar ir para a tecla Dó.
‘C’ > essa passagem prepara o polegar para a tecla Sol do arpejo.
‘A’ > estude o polegar sair da tecla Sol e chegar na tecla Mi.
‘B’ > polegar saindo do Mi e chegando no Ré.
Some ‘A’ + ‘B’ e veja se flui melhor.
‘C’ > novamente estude o polegar e veja o movimento dele por baixo da mão.
‘D’ > polegar para o “cacho de uvas” – ao pegar as 4 teclas após o polegar
nos dá a visão do “bloco” ou “placa” que a mão deve moldar.
Depois estude do polegar ao polegar.
Some ‘A’ + ‘B’ + ‘C’ + ‘D’
‘E’ > para a esquerda primeiro estude a sequência dos acordes.
‘A’ > estude com as duas mãos várias vezes os acordes usados.
Aproveite e faça os arpejos usados na mão esquerda.
‘B’ > nos acordes repita a mudança deles
‘C’ > veja o caminho do polegar olhando a mão
‘D’ > reprise o trecho e some ‘C’ + ‘D’ e veja se a escala ficou mais nos dedos.‘A’ > trabalhe o polegar.
‘B’ e ‘C’ > trabalho do polegar.
‘D’ > estude o movimento acórdico da esquerda.
Mesmo que você tenha tempo o suficiente para ser detalhista na técnica,
aconselho a ir por partes, mas todos os dias.
Divida o seu tempo com as outras obras que tenha que estudar
pois seu cérebro agradece quando você muda de assunto.
O objetivo é sair tocando no metrônomo 60 para a semínima.
Será que você consegue fazer o Exercício A dos Grupos em 60 para a semínima?